Coordenação: Hildeberto Vieira Martins
O presente projeto de pesquisa se propõe a realizar uma análise histórica que nos possibilite interrogar quais são as condições de produção e reprodução de certos modelos (discursos e práticas) sobre o que se instituiu denominar a questão racial brasileira. O nosso objetivo é mapear a proliferação de uma série de discursos em torno da construção de um projeto nacional e civilizatório que teve como eixo principal a produção de um discurso racializado, isto é, discutir de que modo certos fatores permitiram engendrar a produção de uma “estranheza eficaz”. A partir da criação do que convencionamos chamar de elemento negro, constituindo-se como o representante mais eficaz desse espaço social destinado a demarcar um lugar de “estranhamento” (o outro como perigoso, anormal, diferente etc.). O projeto visa criar um espaço de discussão e promoção de estudos na área da história da psicologia e da psicologia social (em suas articulações com campo das relações raciais) a partir da problematização provocada pela discussão e análise das questões relacionadas aos processos e embates socioculturais desencadeados em consequência da efetivação de modos de pertencimento racial ou étnico. Objetiva-se mapear as estratégias propiciadoras da formação e constituição de identidades sociais, das relações de poder e de outras práticas socialmente engendradas na sociedade brasileira. Pretende-se ainda compreender o processo de constituição de uma rede institucional que funciona como recurso difusor da proliferação e consolidação de uma série de estratégias políticas a respeito da questão racial no brasil, já a partir de finais do século XIX.